terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Dia Seguinte:

No fundo de toda alma está cravado
Aquilo que não pode ser esquecido mas ignorado
O sentimento que destrói
Que queima, que confunde, que corrói

Na vida, nada pior do que ela
Após uma boa noite de sono
Acordamos já sentindo essa cadela
A mão vai à testa e você pede para que tudo tenha sido um sonho

Te acompanhará o dia inteiro
No quarto, na sala e no chuveiro
Te trazendo apenas mau estar
Dependendo, até uma vontade louca de se matar

Por que isso?
Se Deus existe, com certeza ele é um cara mau.
Por Que?
Por criar a maldita culpa e o arrependimento
Sentimentos que prevalecem durante a ressaca moral.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Tumulto:

O que quero não importa
Nunca importou
O que você faz não interessa
Nem nunca interessou

Seu lar não é o meu
Meu nome não é o seu
Seu carro não é o meu
Meu amor não é seu

A menina que passava
E que ninguém nunca amou
A menina que passava
E que ninguém reparou
Eu reparei

Por um momento eu reparei
Apenas me calei e observei
Passou calada e apressada
Depois sumiu, em meio a vida tumultuada

Não se preocupe, meu amor também não é dela
Meu amor não é nem meu
Meu amor é bem vulgar
Meu amor é de quem melhor pagar.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Derramar e Destruir:

A cidade estava em chamas
O sangue está no chão
Pessoas correm para suas tocas
E imploram por perdão

Pessoas vão para a guerra
E matam dois ou três
Em nome de presidentes malditos
Que apenas lucram em cima de vocês

"A liberdade do outro, estende a minha ao infinito!"
Vocês, eu, eles, JUNTOS
Da mesma raça ou não
Enquanto as pessoas acharem que podem mudar algo
Apenas rezando a Deus
Nada mudará
E então continuaremos
A destruir e derramar

A cidade estava em chamas
E as crianças estão no chão
Procurando comida
Procurando compreensão
Mas elas só encontram
Sangue e destruição

Os Donos do Poder:

Da hipocrisia e da guerra, ambas já vi
Foi bom, foi ruim, perdi e venci
Na paz não acredito, só acredito no que posso ver
Queria ter esperança, acreditar no que é bom
Mas sinceramente como posso crer?

Nos pedem para ser bons
Para seguirmos as regras
E para amarmos o próximo
Não nos julguem, não nos matem
Quando vocês "Ó grandes líderes"
De amor nada sabem

Vocês falam de amor, respeito e união
Mas disso meus caros
Nada vocês sabem
Invadem, matam e destratam
Em nome do que se tornou nossa oração
Fazem o que fazem para comandar esse chiqueiro
Pelo que?
Pelo amaldiçoado dinheiro.

Minha Boa e Velha Infância:

Das minhas aventuras quando criança, tenho todas
Das melhores e das piores

De quando descobri que lagarta virava borboleta
E de quando descobri a dor da picada de uma abelha
Que pitanga era mais gostosa de catar do que de comer
E que jiló era meu inimigo mas se não comesse podia morrer
Que pintinho nascia do ovo
E cachorro nascia da barriga
Que livro de pintar era pra ser pintado
Mas se pintasse a parede ia ser castigado
Que se a mãe falasse pra não fazer
Era melhor sempre obedecer
E se não obedecesse, com certeza iria doer
Fosse pelo tombo ou pela chinelada
Lembro que marmelada de marmelo era bom
Mas surra com vara de marmelo não

É pelos bons e pelos ruins
Que cresci e aprendi
Sorri e sofri
Hoje olho para trás e digo: "Vejam, eu vivi"

Agora vejo a nova geração
E penso o que pode ter mudado tudo
O homem destrói o que podemos aprender de bom
Ou seria apenas a evolução?
Antes para aprender sentia-se na pele
Hoje em dia, pesquisa-se no todo poderoso Google.

Antes para ser legal, tinha que ser o campeão de pique-esconde
O melhor empinador de pipa
O fera na bolinha de gude
O que vencia as corridas de rolimã ladeira abaixo
O que catava mais doce no dia de São Cosme e Damião.

Hoje em dia é o que tem mais seguidores
Mais "Curtir"
E a melhor conexão
Por isso me orgulho da MINHA geração
Tenha sido ela boa ou não
Não pintamos rostos
Nem derrubamos corruptos
Tão pouco começamos alguma revolução
Mas digo com certeza
Foi a melhor época para a diversão!